sexta-feira, 20 de abril de 2012

Braga "por um canudo" voltará a fazer sentido

Binóculo do Bom Jesus de volta até junho
para ver cidade "por um canudo"

Braga, 19 abr (Lusa) - O velho binóculo do Santuário do Bom Jesus estará de novo operacional antes de junho, permitindo que se volte a ver Braga por um canudo, garantiu hoje o presidente da confraria.
Segundo João Varanda, o binóculo será recolocado no seu lugar de sempre mas "em condições de segurança", para não voltar a ser vandalizado, como aconteceu com as anteriores lentes. "Antes de junho vai lá estar", assegurou.
Fonte: http://www.ionline.pt 

terça-feira, 10 de abril de 2012

Para que serve a Polícia Municipal?


O executivo socialista da Câmara Municipal de Braga surpreende-nos mais uma vez com o seu desvaneio, pois agora querem privatizar os parquímetros da cidade. Já não bastava os condicionalismos pedonais da cidade agravados com os parques dos privados a serem mais baratos do que os próprios parques camarários, os bracarenses veem-se agora a braços com esta ideia completamente descabida de Mesquita Machado.
A idiotice agora a implantar acarreta consequências gravosas para a gestão municipal, desde logo a impossibilidade nos próximos 15 anos de qualquer executivo camarário de gerir o próprio espaço público de acordo com as necessidades do município, ou seja, se porventura se quiser retirar espaços a pagar para incentivo ao comércio ou à mobilidade estaremos reféns de um grupo privado.
Com isto apercebemo-nos que as prioridades da CMB é tudo menos contribuir e incentivar para a resolução dos problemas socioeconómicos que o concelho atravessa, pois quando nos deparamos com uma cidade deserta de pessoas e de comércio, a onde a atitude deveria ser desbloquear os condicionalismos taxativos, o PS caminha precisamente em sentido contrário, criar ainda mais bloqueios e dificuldades aos comerciantes e à economia local, bem como aos munícipes.
Por outro lado, o partido socialista acaba por passar um atestado de incompetência completa à Polícia Municipal, quando procura com isto acarretar 3milhões € paras os cofres da autarquia.
Lembramo-nos ainda à bem pouco tempo de uma proposta da Juventude Popular para colocar a polícia municipal a patrulhar as imediações da Universidade do Minho, como forma dissuasora para os crimes lá ocorridos, o presidente da CMB assumiu a sugestão como descabida. Mas afinal de contas para que serve a Polícia Municipal? Confirmando-se esta privatização, teremos uma entidade pública, a fiscalizar gratuitamente para um privado? A desorientação deste executivo leva dia a pós dia a hipotecar o futuro de Braga e dos Bracarense.
Mesquita Machado terá que abandonar apenas fisicamente a presidência municipal nas próximas autárquicas, porque as facturas que deixa para pagar aos munícipes irá mantê-lo ligado, infelizmente, durante muito tempo aos destinos futuros de Braga. Com certeza que o sentimento de todos são o mesmo que o meu, Outubro de 2013 deveria ser já amanhã.
Acrescendo ainda um sentimento reforçado de mudança urgente, porque a culpa não é apenas do velho autarca, mas de toda uma equipa incapaz, irresponsável e incompetente.

Francisco Mota
Artigo publicado no Correio do Minho (10-04-2012) http://www.correiodominho.com/cronicas.php?id=3898#

terça-feira, 3 de abril de 2012

A culpa é do Sócrates!?


Os portugueses, a braços com os grandes problemas do seu presente, assistem agora a uma avalanche de acusações, inquéritos e investigações sobre o passado recente dos seus poderes públicos.
Ele é o «Face Oculta», o «Freeport», o BPN, o «abate dos sobreiros», as «PPPs» (Parcerias Público-Privadas), os contratos do «Parque Escolar», os gastos privados dos ministros do anterior Governo, dos hospitais, das Estradas de Portugal, dos motoristas dos governantes, dos «desvios» profissionais das «secretas», dos dinheiros que alguns gastam, sem se saber como o ganharam e dos dinheiros que alguns ganharam e não declararam.
É uma chuva de acusações, semelhante àquela cena do ilusionista que tira lenços do chapéu. Quando pensamos que já não há mais nenhum, sai outro!
Os jornais e as televisões estão cheios de «denúncias», com conteúdos suficientes para «julgamentos prévios» e a Internet debita insinuações, que vão desde os antigos negócios do Presidente da República, ao antigo presidente de um conhecido clube de futebol.
Se não soubéssemos em que País vivemos, até poderíamos supor que, finalmente, estamos a caminho da moralização da nossa ancestral sociedade, começando pelos seus dirigentes.
Mas, com base nas experiências do nosso passado democrático, nas intermináveis «fugas» do nosso sistema jurídico, nas «NPPs» (Negociatas Público-Privadas), nas «IPPs» (Influências Político-Partidárias), nas «PPMs» (Pressões Político-Maçónicas) e com a impunidade judicial, de que gozam os nossos «PMs» (Políticos-Menores), poucos acreditam que se chegue a alguma sábia conclusão.
Gostaríamos que assim não fosse!
Gostaríamos que, de uma vez por todas – (e aí sim: «custe o que custar»!), – os poderes constituídos abraçassem o ideário ético da honestidade política sem «mas», sendo que este «mas» reflecte as habituais hesitações em desencadear uma acção que se pode voltar contra si, ou contra interesses protegidos.
Que reconhecessem os seus próprios erros e denunciassem os erros dos outros, mesmo que tal aconteça na sua própria «casa». Que a crítica aos outros fosse acompanhada pela própria auto-crítica, sem que isso sirva para passar uma «esponja» sobre as asneiras de uns e de outros.
No momento que vivemos, pior que eventuais «falcatruas» que possam (e devem...) ser apuradas, é a desconfiança que pesa sobre as formas utilizadas pelos políticos na luta pelos poderes públicos e que resulta, necessariamente, num descrédito popular sobre si próprios, retirando-lhes credibilidade.
Praticamente todas as situações que estão agora a ser investigadas e que fazem manchete na Imprensa foram, ou podiam ter sido, do conhecimento da opinião pública e, nomeadamente, das organizações políticas e das instituições do Estado, que agora reclamam ilegalidades.
Por que raio fazem agora tanto alarido? Porque não as denunciaram antes, quando eram oposição ou estavam no exercício das suas obrigações institucionais? Com um PS sem maioria parlamentar, na anterior legislatura teria sido fácil criar as comissões necessárias para investigar aquilo que agora se apelida de crime contra o erário público.
Se as conclusões destas inúmeras investigações – (cuja finalização não prevejo) – resultarem numa condenação pública do anterior Governo, tão culpados são os que prevaricaram, como aqueles que, o sabendo, se calaram.
Então para que serve todo este «bluuá»?
Após meses suficientes de governação e de contas feitas, não era agora que iam encontrar mais despesa por contabilizar!
Com eleições legislativas e presidenciais tão distantes e autárquicas muito mais sensíveis ao perfil dos dirigentes locais do que ao poder central, não me parece lógico que tudo isto se destine à propaganda eleitoral.
Resta-me a mim e a alguns «simples mortais» a ideia de que todas estas acusações ao anterior Governo (justas ou injustas) se destinam a criar «ambiente» para o final do mês.
É que, se o trimestre confirmar os maus resultados económicos e financeiros dos dois primeiros meses do ano, as pessoas desconfiam de que tudo isto não passa de «fogo de artifício», destinado a pôr-nos a olhar para o ar, enquanto voltarão a mexer-nos na carteira.
E, nessa altura, a culpa será sempre do Sócrates!
LUIS BARREIRA
Artigo publicado no Jornal O Clarim (Macau) 30/03/2012