segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Petição para salvar ‘Convertidas’



A ideia de uma petição pública a favor da preservação do antigo Recolhimento das Convertidas foi lançada ontem, durante a visita que um grupo de cidadãos realizou a este monumento de interesse público.

A recente classificação patrimonial do imóvel mandado construir pelo arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles, em finais do século XVIII, não travou a degradação do edifício. Infiltrações de água pelos telhados, vegetação que começa a tomar conta das paredes exteriores, vidraças partidas, peças de estatuária e pintura deixadas ao completo abandono são sinais do desleixo com que o Estado português continua a tratar este seu recente monumento.
Os quase três dezenas de bracarenses que participaram na visita comprovaram o adiantado estado de degradação do Recolhimento das Convertidas, situação que se agrava a cada inverno que passa.
A iniciativa da visita partiu do jovem Leonardo Rodrigues, que com algum custo conseguiu autorização do Ministério da Administração Interna para que as portas das Convertidas se abrissem, numa manhã chuvosa, a uma visita guiada pelo arqueólogo Ricardo Silva e pelo mestre em Património e Turismo Cultural Rui Ferreira, dois militantes da preservação e reutilização de uma casa que D. Rodrigo de Moura Teles mandou edificar para acolher, em regime de penitência e conversão, prostitutas e filhas da alta sociedade bracarense com conduta pouco apropriada para as consciências morais da Braga setecentista.
Afinal, por que é importante preservar as Convertidas? Rui Ferreira respondeu à sua própria pergunta durante a visita à capela, celas e outros espaços do antigo Recolhimento: “O imóvel ainda conserva muito do que foi a sua fundação, está muito fiel a 1722, quando abriu as portas.”
Sem grandes alterações a não ser nos anos 80 do século XX com a construção de uma cozinha, o monumento ainda revela, na capela, as pinturas parietais primitivas e imagens setecentistas em estado original.
Apesar do seu valor histórico, todo este património corre risco de se perder para sempre.

Risco de se perder um tesouro

No final da visita, Leonardo Rodrigues alertou: “Se não preservarmos as Convertidas, vai-se perder um tesouro da cidade de Braga.”
Na mente dos que se inquietaram com o estado de degradação do antigo Recolhimento, que funcionou como lar de terceira idade durante grande parte do século XX, ficou a intenção de criar “um movimento mais activo na defesa das Convertidas”.

Autor: José Paulo Silva
Artigo publicado no Correio do Minho – 21/01/2012










quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Museu D. Diogo de Sousa ganha prémio com Jogo Romano




Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa, ganha prémio internacional no FIAMP-2012 (International Audiovisual Festival on Museums and Heritage)

O Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa e o seu parceiro tecnológico, Sistemas de Futuro, foram os únicos finalistas portugueses no evento, e arrecadaram o “Bronze Web'Art Special Prize” na categoria “SPECIAL WEB'ART: online exhibit or program” com o Projeto “Ludi Saeculares" (ludisaeculares.com) desenvolvido no âmbito do Programa “QREN” de 2009.
O FIAMP (International Audiovisual Festival on Museums and Heritage) é um festival internacional promovido pelo AVICOM (International Committee for the Audiovisual and Image and Sound New Technologies) pertencente ao ICOM (Internacional Council of Museums). É um festival anual e itinerante, inserido no Encontro do AVICOM, cujo tema para este ano foi: «The development of technologies and the emergence of new museology professions». A edição deste ano teve lugar no Centro Canadiense de Arquitetura em Montreal, na província de Quebec, Canadá, entre 9 e 12 de outubro. Foram selecionadas para concurso 60 produções representando instituições de 25 países, sendo o júri internacional composto por 7 especialistas em novas tecnologias e museus.
O projeto galardoado consiste num jogo lúdico didático, disponível em formato digital via internet, alusivo à ocupação romana na região norte de Portugal. Ludi Saeculares era o nome dado aos grandes jogos romanos que se realizavam uma vez em cada século. No ano 17 antes de Cristo, o imperador Augusto promoveu a realização desta festa, de cujo programa constaram jogos, corridas, peças de teatro, cerimónias religiosas e sacrifícios destinados a obter a proteção das divindades romanas. Esta grande festa foi celebrada não só em Roma, como nas outras cidades do Império romano. Nas escavações de Bracara Augusta foi encontrada uma ficha de jogo, com a inscrição alusiva a esta festa, a qual inspirou o nome do projeto.

O objetivo deste projeto consistiu em desenvolver uma ferramenta que pudesse ser usada no museu, na escola, ou em casa, com as finalidades de aprendizagem ou lazer. Os utilizadores são convidados a percorrer as vias romanas da região norte de Portugal e a descobrir sítios, artefactos e outras informações alusivas à ocupação da época romana na região. Este tipo de projetos representam para os dois parceiros um enorme orgulho, pois são fruto da utilização das novas tecnologias no desenvolvimento multimédia, web e design gráfico, contemplando conteúdos de qualidade e rigor histórico. O fato de os conteúdos estarem traduzidos em inglês, permitiu outra visibilidade ao projeto ao nível do seu acesso e utilização por pessoas de outras nacionalidades, bem como a possibilidade de participar num concurso internacional.

Este jogo está disponível em: http://mdds.imc-ip.pt/pt-PT/servicoeducativo
Fonte: http://mdds.imc-ip.pt/pt-PT/Default.aspx