sexta-feira, 17 de junho de 2011

Governo demitido fez nomeações e promoções

  O Governo demissionário não parou de contratar e promover funcionários após o chumbo do PEC 4 a 23 de Março. De acordo com as publicações em Diário da República contabilizadas pelo jornal «Diário de Notícias», o Executivo de José Sócrates assinou 85 nomeações e 71 promoções.
  Com as eleições marcadas já para 5 de Junho, algumas nomeações para, por exemplo, gabinetes ministeriais terão de sair num máximo de três meses. Caso disso é a nomeação para adjunto da ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas.
  Em sete dias, este número de nomeações - 85 - traduz-se numa média recorde de 12 por dia.
  O ministério que mais nomeações fez foi o da Administração Interna, com 19 novos membros. Depois seguiu-se a Presidência do Conselho de Ministro, com 13 nomeações e, depois o Ministério da Defesa, com nove. O jornal escreve que das 85 nomeações, 27 foram substituições.

terça-feira, 7 de junho de 2011

BRAGA - Resgatar, Preservar e Promover

texto de Renato Córdoba

Desnecessário dizer o quanto Braga é uma excelente cidade para viver. Não obstante, é justo enfatizar sempre que possível o seu valor. Na literatura ou no cinema, as histórias muitas vezes passam ao lado desta importante cidade, seja ficção ou não, mas por algum motivo, Braga se encontra restrita maioritariamente nas páginas das enciclopédias ou em pequenos guias turísticos, que descrevem-na quase sempre somente como uma cidade símbolo do barroco de Portugal e pouco mais. Contudo, Braga é uma cidade com muito mais para revelar.
Há pouco a cidade foi palco de uma feira romana, que no fundo vem resgatar um período importante da sua história. O evento em si já é considerado por muitos a melhor manifestação cultural de rua da cidade, a criar nestes casos, maior expectativa face às festas de São João, que já fazem à muitos anos parte integrante do calendário da cidade. Isto representa o quanto uma festa de carácter cultural é importante, pois além de promover o turismo e gerar riquezas para a cidade, é capaz também de envolver a população nestas representações de uma época milenar, remetendo-os às suas origens.
Obviamente que as origens de uma cidade com mais de 2.000 anos de história tem um percurso que envolve diversos povos, que antecedem mesmo a ocupação romana. Mas é importante marcar este episódio, e portanto, o evento é digno do aplauso da população e das merecidas felicitações aos seus organizadores.
Entretanto, o contínuo crescimento da cidade poderá tornar-se uma barreira diante dos olhos das próximas gerações, e por isso, é importante preservar o património que ainda guarda valiosas informações históricas, e documentar enquanto é possível, tudo o que caracteriza a identidade da cidade. Devemos estender as mãos aos escritores, pintores, fotógrafos, cineastas… E todos aqueles que consigam documentar este belíssimo património. Vamos convidar toda a gente para descobrirem o quanto Braga tem a oferecer. No entanto, devemos ser os primeiros a reconhecer este valor e preservá-lo, para que Braga tenha sempre através do seu património e da sua gente, uma belíssima história para contar.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O factor humano

Texto de Renato Córdoba
cronicas.up@gmail.com

Hoje o meu texto destina-se sobretudo aos que perderam a esperança na política nacional e já não acreditam que a mudança poderá trazer melhores resultados para o país. Escrevo para todos os cidadãos desprotegidos e esquecidos por um sistema fantasiado com pseudo-progressos e utopias sociais. Escrevo para estas pessoas, apenas para lembrar-lhes que o país vive um momento decisivo, e que no próximo dia 5 de Junho, a escolha de cada cidadão através das urnas eleitorais, é da maior importância; provavelmente, o mais importante desde há muitos anos.
Quando o potencial de uma nação depende de um restrito número de pessoas viciadas no poder, toda a sociedade corre grande perigo. O futuro torna-se incerto. Entretanto, o direito democrático é o meio que nos permite mudar esse panorama. Às vezes somos confrontados com frases como “os políticos são todos iguais” ou “isto não mudará nunca”, porém, é sempre bom procurar referências para não nos limitarmos a esses paradigmas; tal como passo a citar o exemplo do Brasil, onde a escassos anos o pensamento geral era semelhante, mas os sucessivos governos de Fernando Henrique Cardoso e Luís Inácio Lula da Silva provaram o contrário. O resultado é que actualmente, o Brasil está a estruturar-se para em breve ser uma das maiores potências mundiais. Portanto, a mudança é sempre possível... Mas, diferenças à parte, Portugal precisa de uma grande reforma, corrigir os erros do passado e melhorar ou preservar as suas conquistas. Isto não será possível sem a participação de todos, porque a nação é todo o conjunto que caracteriza a identidade de um país. Não se deixem iludir, os portugueses merecem um governo que implemente um sistema justo! O tempo é de resgate ao patriotismo e orgulho à bandeira nacional! O povo deve valorizar o que é correcto, e para isso, deve escolher um governo que reconheça o potencial do seu país. De nada valem o betão e o aço se não houver sustentabilidade económica e sobretudo, a preservação social; o factor humano.
Dia 05 de Junho deverá ser lembrado como o dia em que o povo colocou a bandeira nacional em todas as varandas e janelas, porque esta data é mais importante do que qualquer mundial de futebol, pois o resultado dessas eleições irá determinar o futuro de todos. Por conseguinte, os políticos e a população devem reconhecer que o país está acima de todos os partidos, e que por trás de cada janela onde há uma bandeira de Portugal, existem pessoas, empresários, empregados, desempregados, estudantes, reformados… Pessoas que mais uma vez renovam as suas esperanças e que acreditam que Portugal pode (e merece) ter um futuro melhor.
Por tudo aqui designado, eu acredito na mudança e, estou convicto que você leitor, não deve abster-se. Cumpra o seu dever cívico com orgulho e convicção!

Queria...

Crónica de Maria Teixeira Gomes
Queria dar-te um sorriso e ele não sai... Esta nostalgia não se despega de mim... Eu raspo e raspo mas ela, qual cola resistente, não sai. Tenho saudades de mim... Da gargalhada fácil e límpida no tempo em que havia segredos e sonhos... Agora só saudade... E a dor de ver os dias escorrerem lentamente pela vidraça da minha vida... Tudo está tão baço... Tão cinzento... Tal como os nossos velhos descartados pela família e pela sociedade.
Queria dar-te um sorriso, mas apenas me sai um soluço... Pela impotência de nada poder fazer... E queria tanto gritar que a vida não é isto... E apertar a tua mão e dizer o quanto me ensinas meu velho, com a tua experiência de vida, que agora é todos os dias humilhada pela indiferença dos outros. E este lamento é apenas o desabafo de ver a vida passar... Lenta, triste... E revejo-me na tua desilusão, na tua triste solidão. No teu silêncio impotente. Da minha janela olho a rua e a janela do outro prédio onde uma velhinha pendura todos os dias quase religiosamente a gaiola do seu pássaro companheiro... A gaiola da sua vida afinal... De onde não podes sair e de onde ninguém te solta... E ao longe de mansinho, muito de mansinho sentem-se uns passos que vêm e que te farão finalmente tropeçar no infinito...
Queria tanto dar-te a mão e um abraço muito forte, porque todos os dias te acompanhei da minha janela... Afinal sem o saberes, não estavas só...

O Folclore da Campanha Eleitoral

Texto de António Fernandes Ferreira

           Num país amargurado e triste onde a extensão da crise ainda não está verdadeiramente assimilada pela generalidade do povo, vivemos todos um autêntico arraial de folclore numa campanha eleitoral sem sentido nem significado, onde tudo se discute, menos aquilo que verdadeiramente interessar ao país! Os partidos do poder por inconveniência e oportunismo não o fazem, pela simples razão de a verdade “nua e crua” não lhes dar dividendos políticos; os partidos da esquerda, chamada democrática, que sempre dizem defender os interesses do país, apregoam a sua raiva desvairada contra o acordo da Troika, quando deviam estar calados pois, não tiveram a coragem de enfrentar a realidade, dizendo “olhos-nos-olhos e cara-a-cara” aos membros do Triovirato que discutiram e assinaram o acordo, aquilo que dizem na campanha eleitoral, que nada mais representa senão vender ao desbarato doses substanciais de democracia! Pois esta está tão banalizada e por isso desgastada que, até Hugo Chaves, se considera um autêntico democrata!
            Por esta e muitas razões, esses partidos, sabendo perfeitamente que em Portugal nunca chegarão ao poder, se limitam camufladamente a incitar o autêntico povo a “vir para a rua” protestar, como isso fosse a única panaceia de resolver o grave proble-ma, esquecendo porém que, tal atitude poderá a curto prazo ter consequências funestas, onde pagará o “justo pelo pecador”…
            Dividindo o país entre Esquerda/Direita, esquecem que dessa forma nunca chegaremos a lado nenhum, pois Portugal não é coutadaprivada de qualquer ideologia política, e que estamos todos no mesmo barco (leia Portugal),… se entretanto, não arrepiarmos caminho, todos nos iremos afundar nas profundezas do abismo que já nos aproxima não dum grande buraco, mas duma enorme cratera!
            O folclore eleitoral está prestes a terminar, desejo apenas que o autêntico povo, pouco politizado (mas não estúpido), acorde da sonolência em que está envolvido e castigue nas urnas quem “levou o país à bancarrota”.

Geometria das Palavras

Texto de Ana Nogueira

Desilusões constantes, pessoas que se vendem por meia dúzia de tostões...
            Algumas destas pessoas considerava-as amigas, respeitava-as, como posso eu respeitar alguém que não se respeita a si próprio?
            O pesadelo incorporou algumas das personagens do meu quotidiano, não eram as supostas, mas o deus dos sonhos conseguiu ainda que a realidade transcrita, fosse mais dolorosa…
            Elas revoltaram-se em relação a minha comunicabilidade, que tornou a minha presença inoportuna.
            O carrossel da verdade parou e agora temos que nos reencontrar e pagar uma nova senha…
            Já disse que teclo como se do meu piano se tratasse?
            Não interessa, já não consigo ser alheia à mentira que o mundo eufemisou com palavras aprazíveis.
            Soube que seguiste a rota da rotina, fico contente, algum de nós teria que o fazer... Eu poderei viver num passado atormentado, mas não consigo viver na tua mentira, na tua radical utopia.
            És um refugiado no meio de tantos senhores encapuzados, apesar de a tua norma ser: “nunca ser mais um”, a diferença fez de ti um quadrado similar!
            A matemática não se dispersou, tu é que te afastaste dos meus princípios...
            Fui uma tola, mais uma vez, o mundo não agradece tolices, apenas as repreende… O mundo contempla a doença e a efemeridade, eu agora também serei uma mera espectadora da minha nefasta vida, pois o desfecho caótico só é presenciado pela “vítima” e os demais choram, quando a desgraça é alheia, a cobardia impera!
            Vou escrever sobre quem não me inspira, para provar que mesmo as palavras soltas, são palavras válidas!