segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

2013



Eu poderia utilizar este meio para transmitir uma mensagem de esperança para os desempregados, estudantes e trabalhadores portugueses. Mas não é esse o meu objetivo, porque o momento atual exige mais do que bons pensamentos. É necessário ação. Certamente, os leitores poderão encontrar facilmente mensagens mais otimistas espalhadas na imprensa – e ainda bem que assim é –, mas prefiro escrever sobre a real situação em que o país se encontra. Entretanto, não vou estar a prognosticar amplamente, de forma a não corrermos o risco de nos desprendermos da realidade. Os factos são visíveis e muitos já foram anunciados para o próximo ano – que se inica daqui há algumas horas –, descortinando os novos sacríficos que teremos que enfrentar: aumento dos preços de vários produtos e serviços, tais como a luz, o gás, os transportes, portagens, telefones móveis, rendas, taxas moderadoras, impostos, etc., (alguns desses aumentos, acima da inflação); teremos mais desemprego, menos crédito financeiro para as empresas, greves, saída de capital do país através de grandes grupos económicos, famílias com menos poder de compra, e por aí adiante… Até aqui, nada do que a maior parte da população não tenha já conhecimento. 
Porém, se você, prezado leitor, foi capaz de chegar até este ponto, provavelmente já deve estar pensando em desistir desta leitura. E concordo consigo por duas razões: primeiro, porque já deve estar cansado de tanto negativismo na imprensa; e segundo, porque provavelmente está a pensar nos preparativos da sua passagem de ano. Por isso, e como forma de me redimir, vou partilhar consigo a única filosofia que conheço para ultrapassar um grande desafio: encará-lo de frente, convencido que alcançará a vitória! Não é uma fórmula perfeita, mas poderá mantê-lo firme no caminho durante mais tempo, e com um pouco de sorte, caso venha a esmorecer, o pior já terá sido ultrapassado.
Pense nas possibilidades. As dificuldades são um excelente combustível para a criatividade. Pense comigo: Se as pessoas já conhecem os factos e preveem tempos ainda mais austeros, o fator surpresa (no sentido negativo) está minimizado, o que é bom! Portanto, sejamos realistas, cruzar os braços é o pior que se poderia fazer nesta altura, a não ser que a sua estabilidade profissional e financeira esteja garantida (se é que isso existe!). Faça uma análise dos fatos, pesquise, encontre novos caminhos. Invista de forma sensata, com os pés bem assentes no chão. Coloque em prática pequenas ideias. Dê o primeiro passo para expandir.
Se preferir, mude totalmente de direção. Às vezes as pessoas temem a mudança porque creem que têm muito a perder e cruzam os braços, apesar de saberem que o risco pode tornar-se equivalente se continuarem estacionadas. É legítimo ficar indignado, sim, lute pelos seus direitos, mas não o faça prejudicando outras pessoas. Certamente que o esforço ainda não é equitativo; muitas medidas não são justas – mas quando é que o mundo foi justo?
Exija mudanças e responsabilidade governativa, mas não se iluda: ninguém o levará ao colo até ao seu lugar de sonho. As pegadas na areia devem ser suas, porque este é o mundo real! E quando, em algum momento, tiver a oportunidade de ajudar alguém, faça-o, e vai constatar que essa posição é muito gratificante, e descobrirá que tem mais força do que podia imaginar. 
Tic-tac, tic-tac… O relógio está a contar... Feliz 2013! Saúde para seguirmos em frente. 

Renato Baetz Córdoba
cronicas.up@gmail.com

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Livro «Paralelos da Consciência» apresentado em Braga



O livro «Paralelos da Consciência», da autoria de Renato Córdoba, com a chancela da Editora Chiado, foi apresentado ao público no passado dia 21 de Dezembro, na livraria Centésima Página, em Braga. 
Trata-se de um livro de crónicas, onde o autor faz uma análise da sociedade contemporânea e os seus paradigmas, expondo de forma incisiva e irreverente, o seu ponto de vista sobre os condicionalismos implícitos nos sistemas que considera retardadores da criatividade humana e inibidores do entendimento entre os povos.

A diversidade das crónicas inseridas nesta obra revela situações facilmente reconhecíveis no dia-a-dia mais comum, mas poderá, também, remeter o leitor às questões mais profundas sobre a sua própria existência.

A obra encerra com algumas das memórias do seu país natal (Brasil), o que proporciona ao leitor um agradável vislumbre das peculiaridades da região onde o autor viveu grande parte da sua juventude: o Pantanal Sul-mato-grossense.


O autor, nasceu em Maio de 1979 em Campo Grande, capital do estado de Mato Grosso do Sul, onde trabalhou sempre como designer gráfico. Imigrou para Portugal em 2002, onde apaixonou-se pela escrita e publicou as suas primeiras crónicas – algumas delas inserida nesta obra – na edição independente intitulada “Universo Paralelo”; desde então colabora ocasionalmente com um jornal semanário de Macau e jornais diários de Braga, cidade onde está radicado. A sua crónica «O Cheiro das Memórias» sintetiza o início desse percurso e revela-nos de uma forma singular a sua origem.