sexta-feira, 23 de março de 2012

Árvores nos espaços urbanos de Braga


       É sabido que o Município iniciou, há alguns anos, uma melhoria no tratamento das árvores em espaços urbanos, principalmente no que respeita às podas, o que nos deixa satisfeitos e, principalmente, esperançados no futuro. Por exemplo, as laranjeiras que foram mudadas no Largo Senhora-a-Branca já foram rodeadas de mais cuidados do que as, anteriormente, arrancadas no Largo João Penha. Mas ainda deveria haver mais cuidados, como facilmente se conclui, se as observarmos depois de transplantadas.
         As podas severas têm evoluído no melhor sentido, embora a um ritmo inferior ao desejável. Quando pensamos nesta insatisfação, só encontramos um possível caminho: mais formação para alguns técnicos e executantes. Tratar de uma árvore do espaço urbano requer que quem o faça conheça um conjunto de benefícios que as árvores da cidade oferecem a todos os bracarenses.
         Este ano, Guimarães é a Capital Europeia da Cultura, o que é um benefício material e imaterial para toda a região do Minho. Mas, Guimarães também podia ser, ontem, hoje e amanhã, a «Cidade Europeia Modelo no tratamento das Árvores nos Espaços Urbanos».
         Guimarães está num nível notável de cultura arbórea em espaços urbanos. Essa mentalidade superior coloca-a entre as cidades e vilas de Portugal que melhor cuidam das árvores. Nos curtos momentos em que abordamos o presidente da autarquia vimarense, tivemos a agradável surpresa de ver nele um dos maiores entusiastas deste tratamento, espalhando-se esse são «contágio» pelos demais responsáveis.
         Voltando a Braga. Nos últimos anos, no nosso concelho, cerca de uma dezena de árvores foi classificada como “de interesse público”, que é uma forma de sensibilizar a população e de gerar mais desenvolvimento. Há associações internacionais de endinheirados que se dedicam a visitar árvores classificadas ou muito antigas. Há árvores classificadas na cerca do Mosteiro de Mire de Tibães, no Jardim da Casa Museu dos Biscainhos, no sopé da Mata do Bom Jesus (as Árvores dos Abraços) e no pequeno espaço arbóreo ao fundo da rua Bernardo Sequeira, em frente à capela da família Oliveira Ramos, estas pela boa teimosia do Presidente da Junta de freguesia de S. Vitor, que nos convenceu a despoletarmos o início do processo de classificação.
         O Município de Braga tem motivos para estar satisfeito porque se iniciou, há quase dois anos, o processo de classificação das quatro maiores tílias da Avenida Central, que esperamos se encaminhe para a fase de conclusão.
         Em plena semana da árvore, quisemos deixar estas linhas de reflexão para que as árvores ajudem a tornar a cidade mais bonita, mais atrativa, mais fresca na canícula, e ainda seja melhor e mais saudável viver em Braga.

Jorge Lage
Coordenador Distrital dos Clubes da Floresta das Escolas
(artigo publicado no Diário do Minho de 23 de Março de 2012)

terça-feira, 6 de março de 2012

«Portugal no bom caminho»

O Prémio Nobel das Ciências Económicas, Robert Mundell, acredita que o euro está melhor do que nunca e que Portugal vai sair da crise económica sem que seja arrastado para o abismo pela Grécia. Na Universidade de Macau sugeriu ontem que a recuperação do sistema monetário internacional deve passar pela estabilização da taxa de câmbio, entre o dólar americano e a «moeda única», seguindo-se depois o yuan. Já quanto à RAEM – acrescentou o «pai do euro» – «é preciso apostar na diversificação económica».

«SE PORTUGAL passar por uma recessão económica, a situação orçamental vai piorar durante algum tempo; mas, no final, irá sair da crise e tudo ficará resolvido».
Esta afirmação do Prémio Nobel das Ciências Económicas de 1999 surgiu após a pergunta feita pel’O CLARIM, durante o encontro mantido ontem com a Imprensa, na Universidade de Macau (UM): «Como vê a situação de Portugal, apesar da austeridade que existe pelo país inteiro?».
O optimismo manifestado por Robert Mundell relacionou-se com o facto do Ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, lhe ter recentemente dito que tem «mais confiança na recuperação económica de Portugal; mas nem tanto da Grécia, que não mantém os compromissos». Contudo, Robert Mundell não acredita que os gregos possam sair da zona euro e criar uma outra moeda.
Aliás, o também docente de economia da Universidade de Columbia, em Nova Iorque (EUA), sustentou que a situação da Grécia é diferente da que se vive em Portugal, e os mercados já aceitaram esse facto. «Há suficientes paredes de protecção, que previnem o aparecimento de alguma crise internacional de monta, por causa de um claro incumprimento grego».
No entender deste canadiano, a «moeda única» está melhor do que nunca: «O euro comemorou o décimo aniversário em 2009-10. No geral foi declarado um grande sucesso, devido ao facto do euro estar agora em melhor forma, do que quando começou. Desde 2002, tem ficado consistentemente acima do preço inicial de 1.18 dólar americano».
Robert Mundell, discursando perante uma plateia que lotou por completo o Centro Cultural da UM, estabeleceu uma interessante relação entre o momento actual da zona euro e a revolução social europeia. «Nas três décadas, entre 1960 e 1990, a Europa passou por uma profunda revolução social. A maior parte dos países desviou-se para a democracia social; implementou-se o Estado Social, com pensões, cuidados de saúde, subsídios de desemprego e estabilidade no trabalho», disse, durante o seminário «O Dilema da Dívida Europeia e o seu impacto na Ásia de Este e na Economia Mundial».
É, pois, um dado para si adquirido que a revolução social afectou, em certa medida, todos os países. Contudo, – segundo disse – as maiores mudanças verificaram-se no sul da Europa, mais concretamente, na Grécia, em Portugal, em Espanha e em Itália, ou seja, nos mesmos países que estão agora a braços com a crise da dívida soberana.
A solução que apresentou terá de passar pela estabilização das taxas de câmbio: «Com grandes oscilações do câmbio, entre o dólar americano e o euro, não é possível haver um verdadeiro sistema monetário internacional à escala global. A minha proposta de reforma passa pela estabilização do câmbio, entre o dólar e o euro; incluindo, depois, o yuan (chinês), assim que se tornar convertível».
Ainda segundo o Nobel da Economia: «Depois desta correcção das taxas cambiais, não há razão para que a libra esterlina [do Reino Unido] fique de fora do euro. A justificação até agora apresentada [para a não aderência] prende-se com as oscilações cambiais, entre o euro e o dólar».
 
PEDRO DANIEL OLIVEIRA - O Clarim • http://www.oclarim.com.mo

sexta-feira, 2 de março de 2012

Monumento Nacional das Sete Fontes é um diamante em bruto


    No passado fim-de-semana, tive a oportunidade já há muito esperada de conhecer o monumento das Sete Fontes em toda a sua dimensão, visto que, foi a primeira vez que percorri as suas galerias subterrâneas e observei o percurso hídrico, que é a razão da sua existência.
       Acompanhado por dezenas de pessoas que aderiram a iniciativa da Associação JovemCoop, divulgada pelos meios de informação no âmbito da Capital Europeia da Juventude, pude verificar que, as diversas conclusões derivadas dessa magnífica experiência expressadas publicamente no local, eram muito semelhantes entre os participantes, apesar do contraste em que elas se formaram. De início, pelo encanto do lugar, sentimo-nos arrebatados pelo génio humano na criação da obra, e sobretudo, pela sua finalidade e grandiosidade de engenharia e beleza arquitetónica, muito relevante no período em que foi concebida; mas também pela natureza envolvente e riqueza de recursos hídricos (a água desperta em nós sentimentos muito profundos). Mas depois, sentimo-nos incrédulos, indignados, por constatar que tamanha riqueza foi negligenciada durante os últimos anos, e já esteve inclusive, posta em causa a sua existência perante a especulação imobiliária desenfreada em períodos de oportunismo e políticas de desenvolvimento urbanístico extremamente intransigentes e contraditórios.
        Ao contrário do que muitos pensam, o progresso deve ser bem medido e portanto, é relativo. A falta de bom senso é tão grande, que foram construídos prédios em cima de nascentes aquíferas que abasteciam o sistema e muros que enforcaram parte do património, além de uma estrada que pôs em risco a visita a uma parte das galerias. Os acessos à superfície são precários e passam despercebidos. Em síntese, os bracarenses não estão a usufruir dos recursos que esse local pode proporcionar-lhes, seja o seu bem vital, seja o seu espaço lúdico e monumental. E no entanto, permanece digno de se ver.
       O monumento nacional das Sete Fontes é um diamante em bruto, pronto para ser lapidado e tornar-se num grande parque para usufruto da população e ponto turístico de Braga. Enquanto a administração política da cidade enterra milhões de euros em obras que apodrecem a céu aberto, e discute com a oposição aquisições que irão configurar mais despesas para Câmara – e portanto, para o contribuinte –, a cidade está a perder a sua identidade e os seus valiosos recursos. A população ficará cada vez mais limitada a viver em grandes caixotes de betão que orbitam grandes centros comerciais e parques de estacionamento privados que se estendem por uma cidade cujo horizonte, fica a cada dia, sem o verde das suas árvores.

Renato Córdoba
cronicas.up@gmail.com

O actual momento político


Atormentado com tantas medidas de austeridade, o cidadão comum presta cada vez menor atenção aos problemas políticos do país, daí que, por tanto ouvir matracar na palavra, já sente que ela (a austeridade) faz parte integrante do seu dia-a-dia. Assim, substituindo-a pelo carnaval e o futebol, a generalidade do chamado povo, ainda não se apercebeu da gravidade da situação, e apenas sabe que a Grécia está pior que nós, pois os políticos medíocres que temos, encontram sempre uma forma de camuflar a realidade.
         Entretanto os responsáveis pela governação do país vão dando tiros nos pés, e alguns inclusive, vão dando mesmo “rajadas de metralhadoras”! Será que temos verdadeira oposição? – Confesso sinceramente que tenho sérias dúvidas pois, fazendo uma análise, chego à conclusão do seguinte:
1)    O Partido Socialista, principal responsável por substancial parte da situação económica actual, está especializado em oferecer ao país, doses espectaculares de demagogia, quando se deveria penitenciar pelos pecados cometidos;
2)    Todos compreendem a razão porque António José Seguro não deseja falar do passado, pois é óbvio que o passado não é brilhante, e portanto, não lhe convém. Daí Seguro não estar seguro daquilo que afirma, pois vender doses de demagogia, é fácil, é barato, mas não dá milhões.
3)    Sobre os restantes partidos chamados de esquerda: BE e PCP, sabendo que, pela via normal, nunca chegarão ao poder, limitam a sua actuação em agitar as massas que levam a manifestações nas ruas e greves. Seguem a política do quanto pior, melhor. Esquecem porém que, muitas doses dessa “fórmula anti-austeridade” pode matar o doente, pois não será com greves que o país se levanta.
É neste quadro negativo que a política se desenvolve, daí ser necessário pensar seriamente em dignificar Portugal, porque honra e palavra não têm preço. Todos (mas todos) fazemos parte integrante, e portanto, estamos no mesmo barco. Acredito no meu país, que deu novos mundos ao mundo. É preciso garantirmos que a grandeza desta pátria perdure, para o bem das gerações futuras!

António Fernandes Ferreira

INTERNET Vs. PRIVACIDADE


Seria mesmo correcto dizer que a internet invade a nossa privacidade? Somos todos os dias invadidos, bisbilhotados, vasculhados de frente para trás, sim acontece, mas calma lá, somos vasculhados por que deixamos rastos… As informações são colocadas por nós mesmos, achamos bonito e até mesmo faz-nos bem ao ego quando um desconhecido nos pede para ser adicionado como nosso amigo, contabilizamos amigos para mostrarmos que somos populares, mesmo sem conhecer o suposto amigo virtual, mas ele representa mais número, por isso é muito bem vindo. E podemos dizer que somos invadidos?, ou somos nós que abrimos as portas da nossa intimidade, da nossa privacidade para que o mundo entre e veja quem somos, onde estudamos, trabalhos, com quem namoramos, grupos de amigos etc… isso para não falar das mais ousadas fotos e posições que muitas das pessoas têm coragem de colocar em suas páginas, com a ingenuidade de que ninguém, a não ser ela própria, ira ver as imagens picantes tão desejadas por todos os voyeuristas da internet.
Não façamos da internet o monstro invasor, a internet veio para nos ajudar, para dar-nos a possibilidade de descobrir dados mais facilmente, de abrir e expandir nosso horizonte imaginário através de um simples click.
A internet é uma arma magnífica, mas como toda arma, depende de quem vai premir o gatilho, se será utilizada para o bem ou se será instrumento de cusquice e voyeurismo de alguns.
Podemos ser uma verdadeira casa dos segredos, onde todas as nossas atitudes ficam expostas para quem quiser cuscar, mas também podemos ter a consciência de que mostramos aquilo que queremos que outros vejam, por isso, não culpem a internet pela sua invasão, “cuscar” é a sua função, seja em sua página do facebook ou não.

Katia Bernardes
http://katiabernardesfacfil.blogspot.com/