quinta-feira, 2 de junho de 2011

O Folclore da Campanha Eleitoral

Texto de António Fernandes Ferreira

           Num país amargurado e triste onde a extensão da crise ainda não está verdadeiramente assimilada pela generalidade do povo, vivemos todos um autêntico arraial de folclore numa campanha eleitoral sem sentido nem significado, onde tudo se discute, menos aquilo que verdadeiramente interessar ao país! Os partidos do poder por inconveniência e oportunismo não o fazem, pela simples razão de a verdade “nua e crua” não lhes dar dividendos políticos; os partidos da esquerda, chamada democrática, que sempre dizem defender os interesses do país, apregoam a sua raiva desvairada contra o acordo da Troika, quando deviam estar calados pois, não tiveram a coragem de enfrentar a realidade, dizendo “olhos-nos-olhos e cara-a-cara” aos membros do Triovirato que discutiram e assinaram o acordo, aquilo que dizem na campanha eleitoral, que nada mais representa senão vender ao desbarato doses substanciais de democracia! Pois esta está tão banalizada e por isso desgastada que, até Hugo Chaves, se considera um autêntico democrata!
            Por esta e muitas razões, esses partidos, sabendo perfeitamente que em Portugal nunca chegarão ao poder, se limitam camufladamente a incitar o autêntico povo a “vir para a rua” protestar, como isso fosse a única panaceia de resolver o grave proble-ma, esquecendo porém que, tal atitude poderá a curto prazo ter consequências funestas, onde pagará o “justo pelo pecador”…
            Dividindo o país entre Esquerda/Direita, esquecem que dessa forma nunca chegaremos a lado nenhum, pois Portugal não é coutadaprivada de qualquer ideologia política, e que estamos todos no mesmo barco (leia Portugal),… se entretanto, não arrepiarmos caminho, todos nos iremos afundar nas profundezas do abismo que já nos aproxima não dum grande buraco, mas duma enorme cratera!
            O folclore eleitoral está prestes a terminar, desejo apenas que o autêntico povo, pouco politizado (mas não estúpido), acorde da sonolência em que está envolvido e castigue nas urnas quem “levou o país à bancarrota”.

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